Até esta quinta-feira (17), Curitiba registra 123 casos confirmados de sarampo no município neste ano – 43 deles são novos.
Dos casos confirmados, 20 são importados (na maior parte, a infecção foi provavelmente contraída no Estado de São Paulo). Em 103 a transmissão foi secundária – quando uma pessoa com caso importado transmite para outra que não viajou – ou não foi possível determinar a pessoa responsável pela transmissão ou o local em que ocorreu o contágio.
A faixa etária com maior número de registros confirmados é entre 15 e 29 anos (88% do total). A idade mediana é de 22 anos.
Em apenas oito casos foi necessária a internação hospitalar – todos já tiveram alta. Uma paciente de 26 anos, que chegou a ter uma complicação mais grave e foi internada em UTI, também já saiu do hospital.
“A maior parte dos pacientes evolui bem e não necessita de internamento. As complicações acontecem em casos raros”, diz a médica infectologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Marion Burger.
Além dos casos confirmados, a SMS investiga, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), cerca de três centenas de suspeitas da doença no município. Grande parte só pode ser confirmada após a realização de exame de sangue, coletado sete dias após o surgimento das manchas vermelhas na pele.
Doença
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, transmitida por via aérea, de pessoa a pessoa, por tosse, espirros, contato pessoal próximo ou contato direto com secreções infectadas.
Os principais sintomas são coriza, tosse, conjuntivite e febre (igual ou maior que 38°C). Poucos dias depois, a febre fica mais alta (maior que 39°C) e aparece o exantema ou rash, um “grosseirão” no corpo, com manchas vermelhas que começam geralmente no rosto e na parte de trás das orelhas e pescoço e, nos dias seguintes, avançam para abdome, braços e pernas.
Este exantema não coça, nem dói e, caso se faça pressão no local, desaparece instantaneamente (voltando em seguida). Ao perceber que a febre não cessa e as manchas na pele já começaram a aparecer, procure o serviço de saúde imediatamente.
Vacinação
De acordo com o calendário nacional de vacinação, crianças, adolescentes e adultos de até 29 anos devem ter duas doses da vacina contra o sarampo, feitas após um ano de idade. Adultos de 30 a 49 anos devem ter pelo menos uma dose, feita após um ano de idade.
Desde o dia 22 de agosto, o Ministério da Saúde também recomendou uma dose extra para bebês entre 6 a 11 meses. Essa dose promove imunidade temporária, sendo necessário, após um ano, realizar as vacinas previstas no calendário de rotina da criança.
A vacina é contraindicada para menores de 6 meses, gestantes, pacientes imunodeprimidos ou com histórico de reação alérgica grave, após dose prévia ou após contato com as substâncias que compõem a vacina. Recomenda-se também um intervalo de 30 dias após a vacina para as mulheres que desejam engravidar.
Até 14 de outubro deste ano, foram aplicadas em Curitiba 166.176 doses de vacina contra o sarampo – 68% a mais que em todo ano de 2018 e 2,5 vezes a mais que as doses realizadas em 2017.