O senador rio-pretense Aloysio Nunes (PSDB) afirmou que vai integrar a comissão do impeachment a ser formada no Senado nesta semana. Essa é a segunda etapa do processo que pode culminar no afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) por até seis meses.
O tucano afirmou, em entrevista ao Diário, que a opinião pública teve papel importante sobre os deputados federais,que aprovaram ontem a continuidade do processo de impeachment. Ele disse que a oposição contabilizava cerca de 100 votos. “Ou seja, os 367 votos contra o governo foram dados por partidos que estavam apoiando a presidente Dilma”, afirmou.
Para Aloysio, o processo deve ser analisado o quanto antes pelo plenário do Senado. Para ser aprovado o impeachment são necessários 41 votos dos 81 senadores. Estimativas apontam que 47 já se posicionaram contra a presidente.
“Não é possível esperarmos mais 180 dias de indefinição. O Brasil está se derretendo. É preciso o quanto antes termos um novo governo para enfrentarmos a crise”, afirmou Aloysio.
De acordo com o tucano, não há tratativas entre o partido e o vice-presidente Michel Temer (PMDB).”Evidentemente, o PSDB teve papel muito ativo nesse processo até agora e até o final . O PSDB tem responsabilidade política para contribuir para o êxito do novo governo. Não podemos simplesmente tirar a presidente Dilma e depois virar as costas e dizer que não temos a ver com isso”, disse.
Lula
Aloysio acredita que o plano do ex-presidente Lula, de evitar a aprovação do processo na Câmara Federal, “foi um fracasso total”. Ele disse que durante três semanas, o cacique do PT teria negociado cargos e tentado comprar votos de parlamentares.
“O ex-presidente Lula evidentemente tem prestígio político no País. É inegável isso. Mas é o político que tem a maior rejeição. Eu não diria que a Jararaca virou uma minhoca. Não tem mais o veneno que imaginou que tinha”, brincou o tucano.