Ainda estamos no outono e os dias têm sido bem típicos da estação. Para o inverno, falta pouco menos de dois meses e a pergunta que muita gente se faz é: será que vai ser aquele friozão? No ano passado, segundo os meteorologistas, o frio não foi tão intenso, mas as coisas serão diferentes agora. A previsão, pelo menos por enquanto, indica que teremos um inverno mais rigoroso.
Assim como no ano passado, no Brasil, o inverno, neste ano, começa no dia 21 de junho e termina no dia 23 de setembro. Apesar disso, segundo a previsão do Simepar, a semelhança com o ano passado fica só na data mesmo.
O meteorologista Reinaldo Kneib, do Simepar, explicou que ano passado foi diferente por conta de um fenômeno que estava atuando. Esse fenômeno agora já está se dissipando, por isso espera-se que as temperaturas sejam diferentes em 2024.
“O inverno foi quente ano passado. Tivemos a atuação do fenômeno El Niño, que favorece com que haja uma diminuição do predomínio das entradas de ar frio que são comuns no inverno. Esse ano, o fenômeno está se dissipando e a tendência é não estar mais atuando no inverno. Vamos ter um período de neutralidade, nos próximos meses, e depois a formação do evento La Niña que pode favorecer, no final da estação ou na primavera, algum frio tardio”
– explicou Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar.
Apesar de já entender que o frio em 2024 siga um padrão de inverno mesmo, o meteorologista tranquiliza dizendo que não deve ser “o mais rigoroso” dos últimos anos.
“O inverno de 2024 a gente espera que seja normal. Em relação ao ano passado, com certeza vamos ter registros de mais ondas de ar frio e geadas. Serão mais períodos frios do que períodos quentes como a gente observou no ano passado”
-garante Reinaldo Kneib.
Inverno 2024 em números
Em Curitiba, as menores temperaturas registradas no ano passado foram de 5,4°C no dia 14 de julho, e mais frio ainda, com 3,4°C, na madrugada do dia 15 de julho. Nesta mesma madrugada, teve até cidade, do extremo sul do Paraná, onde os termômetros registraram valores negativos, como General Carneiro, com -0,8°C.
Já em agosto, ainda no inverno, a expectativa era de frio, mas os curitibanos, acostumados com as frentes frias da época e uso da ‘japona’, foram pegos de surpresa. Os termômetros chegaram a registrar 30,3°C na capital do Paraná.
Para este ano, são esperados números mais próximos de 0 grau. Mas nada muito diferente do que já tivemos em anos anteriores, como em 2022, que Curitiba registrou 2,8°C no Dia dos Namorados.
“Nós podemos ter alguns valores próximos de zero graus, e até algum valor negativo na região metropolitana de Curitiba, mas ainda não dá para afirmar com tanta certeza quais serão os menores registros observados. Com certeza teremos geada, não será aquele inverno rigoroso, com geadas frequentes, mas com certeza vai haver mais períodos frios que em relação ao ano passado”
-detalhou Reinaldo Kneib, do Simepar.
E neve, vem ai?
Sempre que se aproxima do inverno, é impossível não pensar: será que, dessa vez, vai nevar? No ano passado essa possibilidade ficou bem distante. Mas em 2022, por exemplo, o Paraná teve até registros de chuva congelada e neve.
Quem espera pela neve, terá que continuar esperando. Isso porque o meteorologista do Simepar explicou que não há como prever com tanta distância assim.
“Neve sempre pode acontecer. A previsão de neve está associada à previsão do tempo, de poucos dias à frente. Hoje não temos como dizer que vamos ter algum episódio. Mas se alguma massa de ar frio muito severa conseguir se deslocar e tiver umidade na atmosfera, pode acontecer. Mas isso vamos acompanhar nas previsões”
-concluiu Reinaldo Kneib.
Por Lucas Sarzi e João Matheus Joaquim em 26 de abril, 2024