A primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (6) que atua como “ajudadora” do marido, o presidente Jair Bolsonaro (PL), e pediu desculpas pelos palavrões usados por ele.
“Perdão a todos pelos palavrões do meu marido, eu também não concordo, mas ele é assim, tem gente que gosta, né?”, disse.
Michelle sinalizou estar saindo de sua “zona de conforto” ao fazer discurso em eventos políticos.
“Prefiro ser mãe, esposa, ajudadora, porque essa é o papel da mulher, mas, se Deus quer assim, vou pedir para ele me dar sabedoria”, afirmou.
Entre as primeiras decisões da campanha de Bolsonaro para o segundo turno está a de ampliar a participação da primeira-dama e da senadora eleita Damares Alves (Republicanos).
A avaliação de aliados é a de que as duas podem diminuir a rejeição do atual chefe do Executivo entre uma fatia importante do eleitorado, as mulheres, considerada um dos principais obstáculos à reeleição.
Michelle e Damares, que é pastora, têm boas relações com lideranças evangélicas. Além disso, a deputada federal reeleita Bia Kicis (PL-DF) deve entrar em campo para conversar com eleitoras católicas.
A ideia é que elas passem a viajar pelo país, participando de missas e cultos. A primeira-dama e a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos têm a missão de manter a militância religiosa acesa e impedir que Lula (PT) avance no segmento evangélico, hoje majoritariamente ao lado de Bolsonaro.
No primeiro turno, Lula conquistou 48,4% dos votos, contra 43,23% do chefe do Executivo.
“[Michelle] vai andar pelo Brasil com a Damares. Nos ajuda bastante, até para mostrar que foi impregnada por parte da mídia a ideia de que sou um troglodita que não gosta de mulheres”, disse Bolsonaro na terça.
A campanha do presidente já vem usando a primeira-dama para aproximá-lo das mulheres. A avaliação é que é possível avançar na fatia das eleitoras com perfil religioso, muitas vezes mães mais conservadoras.
Por Folhapress em 06 de outubro, 2022 – Matheus Teixeira